segunda-feira, 9 de julho de 2012

Porque concordo :  Pedagogia do Silêncio


No meio do reboliço das nossas vidas, dos barulhos e chamadas de atenção que nos empenham o espírito, é essencial criarmos espaços de silêncio, onde nos possamos escutar e, mais importante que isso, escutar Aquele que dá sentido ao nosso existir.
É certo que Deus não se encontra ausente das multidões, da festa, do mundo agitado em que vivemos. Mas é igualmente certo que não O conseguiremos nunca perceber aí, se em nós não existirem momentos de silêncio acolhedor – aquele silêncio interior e exterior de quem se encontra disponível para escutar a Palavra de Deus sem pressas, e deixar-se confrontar por ela.
Muitas das nossas igrejas constituem, é verdade, esses espaços de silêncio – muitas vezes quase vazias e (pelo menos as mais antigas) a convidar à oração e ao repouso em Deus.
Não deixa, contudo, de ser lamentável que apenas as igrejas vazias sejam esse espaço, e que a comunidade que reza não possa, não seja capaz, não lhe permitam apreciar esse dom inestimável do silêncio exterior e interior. Mas não. Antes e depois das celebrações (e mesmo durante elas) as nossas igrejas são invadidas pelo falar, gritar, cantar de quantos lá estão, bem pouco preocupados com Deus e com aquilo que Ele tem para nos dizer, transformando até aquele espaço em casa de encontro de familiares e amigos que não se viam há muito, ou (pior ainda) de oportunidades para a “foto do ano”.
Não se trata de esquecer o mundo, trata-se de poder escutar Deus. Nem se trata de sujeitar o ser humano a uma qualquer regra sem sentido: trata-se antes de perceber que, sem o silêncio, é impossível, de facto, vivermos como cristãos.
As igrejas, os espaços sagrados que elas constituem, não podem ser tratados como lugares iguais aos outros. Mesmo quando a arquitectura é pobre, ou quando as imagens são de fraco gosto e, longe de nos convidarem a elevar o espírito, nos conduzem antes a fechar os olhos, a presença de Deus ultrapassa tudo isso.
E uma comunidade nunca será uma “comunidade orante” enquanto não perceber o silêncio em que Deus lhe fala. Torna-se urgente, em todos e para todos, o início de uma “pedagogia do silêncio” que nos deixe tomar consciência de que o Senhor nos quer, verdadeiramente, encontrar. E, se for necessário, tome-se a sério a regra que há muito nos ensinaram: numa igreja, não se fala!
Bem mas há quanto tempo não venho aqui.
Isto agora de ter facebook, já não nos deixa utilizar este meio para publicar coisas importantes,

Depois de ter vindo de Granada e de ter entrado de férias, deixo-vos aqui um gostinho de Granada...

Uma peregrinação onde nos acompanharam  três Joões, S. João da Cruz, S. João de Àvilla e S. João de Deus...

Até Mais,